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Publicado: Sexta-feira, 27 de abril de 2007

Campanha "Nem Ligue a TV"

Campanha "Nem Ligue a TV"
Incentivado pela Deborah Dubner, do conhecido site Itu.com, participei ativamente da Campanha “Desligue a TV”, que aconteceu entre os dias 23 e 29 de abril. Trata-se de um movimento internacional que tem como objetivo colocar em discussão o verdadeiro papel desse meio de comunicação na sociedade, alertando sobre os riscos de seu excesso no cotidiano das pessoas. Profissional da área, senti a importância de participar. Comentei com amigos, falei para as pessoas do meu convívio sobre a Campanha e as incentivei a participar também.
 
Particularmente eu lançaria até uma campanha paralela com o nome “Nem Ligue a TV”. Realmente se trata de veículo de comunicação com maior presença entre os brasileiros. É normal comentarmos que até nas casas mais pobres, nas favelas e periferias, muitas vezes as pessoas não tem geladeira ou fogão, mas a televisão vive ligada em algum lugar do barraco. Entre os ricos a televisão espalha-se por todos os cômodos das enormes casas: nos quartos, na cozinha, na sala e até no banheiro.
 
A televisão pode ser vista sob vários aspectos. Não adianta demonizá-la. É um aparelho, um objeto. Pode ser útil ou inútil, servindo para criar ou destruir. Depende do modo que iremos utilizá-la. A programação dos canais de televisão no Brasil, principalmente os abertos à população, não podem ser considerados um primor nos quesitos cultura e educação.
 
Exceção à TV Cultura e à TV Educativa, que a muito custo se mantém funcionando com as verbas públicas, não há quase nada de educativo ou cultural em nossos televisores. Continuam predominando no dito “horário nobre” as baixarias de sempre, a sensualidade excessiva de novelas, mini-séries e filmes, a violência fictícia ou não, a simulação de situações que levam maridos e mulheres a traírem-se mutuamente, jovens a desrespeitarem os pais e tornarem-se egoisticamente hedonistas.
 
Os canais de televisão preocupam-se com audiência, marketing, comerciais. Nem sempre o telespectador vem em primeiro lugar. Assim, a preocupação maior é atender ao mercado publicitário. Como veículo prestador de tal serviço, a televisão praticamente joga para dentro de milhões de lares coisas que nem sempre gostaríamos de ver, idéias que não gostaríamos de ver repercutindo entre nós.
 
Conversando com os mais velhos, chego à conclusão de que o mundo hoje está mais egoísta, consumista, violento. Os poucos sinais de respeito à vida e à dignidade humana, de incentivo em praticar valores como a fraternidade, a caridade, a solidariedade, sofrem constantemente ataques. Nessas campanhas para destruir o que ainda resta, a televisão também é utilizada. E infelizmente milhões de pessoas acabam fazendo parte de uma grande “massa” a ser manobrada pela grande mídia, sem ao menos se darem ao trabalho de pensar por si mesmas e tirar as próprias conclusões.
 
Até o final do século passado a televisão reinava tranqüila. Mas então surgiu a internet, que se espalhou. Hoje é mais fácil acompanhar o noticiário pelo computador do que pela tela da TV. Novelas? São as mesmas de sempre, com as mesmas estórias e bobagens. Mini-séries? São iguais às novelas, só que mais curtas. Faustão, Gugu e cia? Não suporto perder um dia de sol no fim de semana ou um bom papo com os amigos para ver artistas globais dançando num picadeiro ou quase-famosos participando de gincanas bobas.
 
Desligar a televisão pode ser um método eficaz para construir idéias próprias, para aproveitar melhor a companhia dos amigos e familiares. Uma oportunidade de fazer outras coisas além de permanecer horas parado diante da telinha, como passear com o cachorro, ler livros e revistas, ir sem pressa ao supermercado ou à academia de ginástica. Para nós que vivemos uma espiritualidade diária, também sobra mais tempo para ir à missa, participar dos Movimentos e Pastorais, rezar por nós e pelos outros.
 
Enfim, minhas opiniões são minhas. Ninguém precisa concordar com todas elas. O importante é parar e refletir sobre como a televisão pode estar afetando nossas vidas. É tirar as próprias conclusões e, se perceber que estão ocorrendo excessos, não ter medo de apertar o botão de off e desligar a TV.
 
Amém.
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