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Publicado: Segunda-feira, 30 de julho de 2007

Cadê o Presidente? Tá escondido!

Crédito: Banco de imagens Cadê o Presidente? Tá escondido!
"Quem ganha bolsa não vaia, né!"
Onde está o Presidente? Escondido com medo das vaias.
 
O Brasil está pegando fogo e o Presidente recolhido com medo de vaias!
Será que ele, agora que passou para o lado da posição esqueceu-se do verdadeiro significado das vaias?
 
Reavivando a memória, vaia é a manifestação de desagrado em forma de gritos e assobios.
 
E qual é o melhor procedimento para o chefe de uma nação ao ser vaiado, se esconder? Se preocupar em preservar a própria imagem. Enxergar a si próprio e esquecer o resto?
 
Quanto a tragédia do vôo da TAM, o melhor que se tinha a fazer naquele momento era realizar a cerimônia de condecoração aos responsáveis pelos órgãos do tráfico aéreo por serviços prestados à aviação? E o respeito e a consideração para com as vítimas, ele se lembrou de ter?
 
O caos aéreo não se iniciou com esta tragédia, muito pelo contrário, vem se avolumando, como numa bola de neve onde seres humanos são tratados com desdém, são obrigados a dormir sobre malas, a passar noites e dias inteiros sem alimentação, sem informação, sem consideração.
 
E o Presidente está em busca de aplausos! Se for vaiado, se recolhe. “Não brinca mais”.
 
Presidente, nesta hora, tem o dever moral de estar presente assumindo as rédeas e promovendo todas as medidas cabíveis para que o problema seja solucionado.
 
Será que administrar uma nação é viajar, colocar boné, tirar fotos, ser aplaudido, convidar companheiros para ocupar cargos no governo, distribuir bolsas para os pobres: bolsa escola, bolsa família... Ah! Mas quem ganha bolsa não vaia, né!
 
Então quem vaiou o Presidente não era do “zé povão”? Então tudo bem. Quem foi vítima do avião da TAM não era do “zé povão”, porque com a bolsa que recebem não dá para comprar passagem de avião, então não tem importância, vamos continuar como se nada tivesse acontecido.
 
Segundo Deputado Dr. Rosinha (PT-PR): "As vaias dirigidas a Lula não representam a voz das ruas, porque a população brasileira não estava representada no Maracanã", avalia Dr. Rosinha. "Quem no Brasil pode se dispor a pagar 100, 150 ou até 250 reais para ver uma cerimônia que será transmitida ao vivo pela TV?" (www.drrosinha.com.br)
 
Prega-se tanto a “inclusão social” e quem não é “das ruas” é excluído pelos próprios governantes! Não merece ser ouvido? Não deve ser levado em consideração? Como dizia Cazuza: Que país é esse?!
 
Faço minhas as palavras da atriz Irene Ravache a respeito do caos aéreo: "Porque um dia deixamos de cobrar, preferimos pagar escolas particulares e a educação do País virou piada. Da mesma forma, optamos por pagar planos de saúde e o setor desmoronou. O que faremos agora, vamos comprar aviões?"
 
Em contrapartida, o nosso Presidente ao se manifestar sobre o caos aéreo diz: "Toda vez que o avião fecha a porta, eu entrego a minha sorte a Deus", disse Lula. "Eu estou na mão de um comandante que é um ser humano, de uma máquina ultra-moderna, mas que é uma máquina, estou na mão de um controlador que diz quando eu devo parar ou não - e estou na mão das intempéries, que nem sempre o ser humano consegue controlar." (Estadão)
 
Presidente, acho melhor você continuar escondido!
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