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Publicado: Terça-feira, 30 de outubro de 2018

Bolsonaro Eleito: Como a Grande Mídia Enganou Você

Crédito: Internet Bolsonaro Eleito: Como a Grande Mídia Enganou Você
A grande mídia enganou você de novo. Até quando? É você quem sabe.

Nesta semana pós-eleições, muita gente desavisada está com uma sensação de surreal ressaca. A eleição de Jair Bolsonaro quebrou uma série de paradigmas e somente quem analisa os fatos com sangue frio, sem paixões eleitoreiras ou confundindo “torcida” com a realidade, pode compreender o que aconteceu afinal. Para tanto é necessária uma certa dose de pragmatismo, outra de conhecimento da história política recente do Brasil e mais umas pitadas sobre o funcionamento da engrenagem midiática nacional.

Em primeiro lugar é preciso reafirmar que não existe mídia “isenta” ou “imparcial”. Qualquer órgão de comunicação, qualquer que seja, tem seus interesses e preferências. Essa suposta isenção ou imparcialidade não passa de peça de marketing, servindo para posar de bonzinho aos leitores. A grande mídia brasileira seria mais honesta caso imitasse a postura da sua irmã norte-americana. Nos EUA os jornais, revistas e emissoras são claramente contra a favor disso ou daquilo, desse ou daquele candidato. Mas no Brasil a grande mídia politicamente correta tenta agradar a todos, o que é impossível.

Não é teoria conspiratória quando se afirma que, na maioria das redações e emissoras da grande mídia, a maior parte dos jornalistas tem ideologias esquerdistas. Se guardassem suas preferências ideológicas para si e isso não interferisse em suas matérias, tudo bem. Mas não é o que acontece. O jornalismo brasileiro está em crise porque os ditos “profissionais” da imprensa não conseguem respeitar a fronteira entre a honestidade jornalística e a militância política. Suas matérias não buscam a verdade, mas simplesmente agradar aos interesses da pauta socialista ainda em vigor.

Diante de uma figura de viés conservador como Bolsonaro, a grande mídia arrepiou como gato assustado. Tratou de demonizá-lo desde sempre, criando rótulos e factóides que qualquer leitor um pouco inteligente consegue perceber. O problema, como sempre, são os cegos que não querem ver. Muita gente engoliu, na base da enganação, uma porção de coisas que se disse e publicou a respeito do agora presidente-eleito.

A preferência pelo Capitão não surgiu do nada. Há pelo menos dois anos vimos manifestações populares e repercussões nas redes sociais em favor de Bolsonaro, num nível que não era visto faz tempo. Para um bom analista estavam claras as suas chances reais de vencer as eleições na medida em que espertamente escolheu ser o porta-voz do anti-petismo e o maior antagonista em relação ao presidiário ilustre de Curitiba. Falou alto, também, o fato de não estar envolvido em corrupção. Comprovadamente. Isso a grande mídia ignorou solenemente. Podiam rotulá-lo de tudo, menos de ser corrupto.

Nestas eleições o que aconteceu foi um grande embate entre a realidade das ruas e a imagem fabricada que a grande mídia preparou e tentou vender para os leitores. A grande imprensa preferiu militar em favor de seus interesses em vez de servir a população noticiando a verdade. Deu no que deu. A imprensa brasileira sai deste pleito mais desmoralizada ainda, bem como alguns “jornalistas” militantes que não esconderam suas preferências por qualquer tipo de socialismo.

Há quatro anos, Bolsonaro era tratado como uma piada. Há dois anos diziam que ele não tinha chance, por vários motivos: partido pequeno, falta de recursos, altos índices de rejeição, etc. Há um ano, diziam que não ganharia sem tempo no horário eleitoral gratuito. Há seis meses, diziam que se não se unisse aos partidos do Centrão perderia. Há três meses, todos os institutos de “pesquisa”, juravam de pés juntos que Bolsonaro perderia no segundo turno pra qualquer candidato, até mesmo para Marina Silva. Há dois meses, diziam que o atentado à faca o impedia de ter saúde suficiente para governar, etc. e tal.

Enfim, muita coisa foi dita e impressa, reproduzida à exaustão, sem conexão com a realidade. E foi assim que a grande mídia enganou você mais uma vez, igualzinho enganou a quase todos dois anos atrás, com a “surpresa” da eleição de Mr. Trump nos EUA. Enquanto o povo continuar refém, iludido pelas capas de jornais ou por apresentadores numa bancada, ignorando a realidade ao seu redor, sempre terá que lidar com essa sensação de marido traído, que foi o último a saber sobre o que realmente acontecia.

O problema não é Jair Bolsonaro. O problema é a nossa grande mídia corrompida, cada vez mais pautada pelas próprias fakenews que fabrica. Como dizia ironicamente o saudoso Millôr Fernandes: “Jamais diga uma mentira que não consiga provar”. É isso o que a nossa “grande” mídia vem fazendo. E é por isso que ela enganou você de novo.

                Até quando? É você quem sabe.

 

P.S.: Aos que desejarem, sugiro a releitura do artigo “Trump Eleito – Como a Grande Mídia Enganou Você”, publicado em 09/11/16. Acesse pelo link: http://www.itu.com.br/artigo/trump-eleito-como-a-grande-midia-enganou-voce-20161109

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