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Publicado: Sexta-feira, 5 de maio de 2006

Boas maneiras: uma questão de educação e respeito ao próximo

Domingo, 9h da noite. Meu filho acabou de mamar e dorme como um anjinho, o que é normal, nesse horário, para uma criança de 1 ano e 4 meses. Eu e meu marido aproveitamos então para tomar um banho, dar um jeito na casa e deixar tudo preparado para o dia seguinte, já que teremos que acordar cedo.

11h10. Estamos nos aprontando para (finalmente!) ir dormir, e eis que toca o telefone. Corre-corre. 2º toque. "Droga, o bebê vai acordar... Onde foi que colocamos o telefone?" 3º toque. Meu marido atende, exasperado. "Não, mãe, eu ainda não estava dormindo, mas meu filho sim." ... "Não, agora fala. Já ligou mesmo, pode falar."

Felizmente o bebê não acordou. Terminada a ligação, finalmente nos deitamos e esperamos o sono chegar. Mas ele não dura muito. Meia-noite e meia, ouço a fechadura da porta na casa vizinha (acredite, eu realmente ouço todos os barulhos da casa vizinha), e já me preparo para o espetáculo. A vizinha entra e a algazarra começa. Latidos, uivos, correria e a voz dela: "Pronto, pronto. Mamãe chegou." Durou uma eternidade acalmar os dois cachorros, que estavam histéricos. Meu marido bufa. Novamente, eu e ele estamos rezando para o bebê não acordar. Levanto e vou dar uma espiada. Felizmente ele continua dormindo.

Essas são cenas corriqueiras nos nossos finais-de-semana. Cenas que, como muitas outras, me fazem acreditar que aulas de etiqueta e boas maneiras não são frescura, e sim uma necessidade no mundo de hoje, em que cada um só pensa em si. Afinal, eu sempre aprendi que só ligamos para a casa de alguém após as 21h em caso de emergência, e que após as 10h da noite temos que fazer silêncio. Não são coisas óbvias?

Acredito que são essas pequenas coisas que tornam a nossa convivência com nossos semelhantes melhor ou pior.

Pequenas coisas que transcendem as regras básicas de etiqueta - aquelas que ditam como devemos nos sentar à mesa, falar ao telefone ou nos comportar em locais públicos.

Pequenas coisas como dizer as quase esquecidas 'palavrinhas mágicas'. Afinal, quanto tempo gastamos para dizer bom dia, por favor, muito obrigada, com licença?

Pequenas coisas como colocar a mão na boca ao tossir, para, como diz a filha de 4 anos de um amigo, não cuspir perdigotos nas pessoas.

Pequenas coisas que se tornam grandes coisas se esquecidas. Pequenas coisas que podem machucar, magoar e ferir uma amizade para sempre. Pense: como você se sentiria se um amigo entregasse um convite a outra pessoa, na sua frente, e não o convidasse?

Pequenas coisas como cumprir o que prometeu e respeitar as pessoas podem fazer uma grande diferença. Refletir antes de agir e saber se colocar no lugar dos outros podem torná-lo uma pessoa melhor, mais tolerante e responsável.

É papel de todos nós, e de cada um, levantar tijolinho por tijolinho e ajudar a construir um mundo melhor para nossos filhos, para nossos amigos e para nós mesmos.

Pensemos nisso.

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