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Publicado: Terça-feira, 18 de abril de 2017

Berinjela com J e gergelim

Berinjela com J e gergelim

 

Depois olhou Florentino Ariza, seu domínio invencível, seu amor impávido, e se assustou com a suspeita tardia de que é a vida, 
mais que a morte, a que não tem limites.

 
Diferente de Fermina Daza, a musa de Juvenal Urbino e Florentino Ariza, no romance O Amor nos Tempos do Cólera, do saudoso Gabriel García Márquez, eu adoro berinjelas! Ela, não. Tinha náuseas. 
 
Uma das minhas melhores memórias do livro que lemos quase em conjunto, Fabíola e eu, à época da faculdade, é aquela que Fermina promete casamento a Florentino Ariza, desde que ele nunca a obrigue a comer berinjela.  Tão lindo... Atemporal. 
 
Berinjela (ou será beringela?) é um ingrediente de difícil grafia porque quase nunca lembramos se é com g ou com j.  Um dia aprendi com minha irmã (e minha professora de coisas que realmente importam como ler e dirigir automóvel) para nunca mais esquecer que o J é curvo como a berinjela por isso é a letra dela. Pronto! Não mais tive dúvida ao escrever. 
 
Costumo usar muita berinjela na minha cozinha. Se alguém que frequenta minha casa for registrar os pratos que são comumente encontrados por lá, seja como antepasto, entrada, prato principal ou guarnição, há de citar os preparos feitos com berinjela. 
 
Comumente faço ratatouille, é o jeito que mais gosto de comer berinjela, além do que é muito fácil de fazer, rende bastante e é versátil, digo, funciona em várias situações, tanto pode ser servido quente quanto frio, e pode ser feito na panela ou no forno.  A versatilidade também se dá porque além de berinjela, no ratatouille vai também abobrinha, tomate, cebola, pimentão verde, vermelho e amarelo, enfim, a vedete de casca roxa divide o palco com outros sabores. 
 
Hoje, no entanto, resolvi me aplicar só na berinjela. Por isso, testei um jeito diferente de fazer. Também fácil, cheiroso e, devo dizer, o resultado ficou delicioso. Usei uns segredinhos que vou contar já, já, na receita. 
 
 
Berinjela com gergelim
 
Ingredientes
 
2 colheres (sopa) de óleo de milho ou girassol
1 dente de alho amassado
1 cebola cortada em julienne
1 berinjela grande sem casca cortada em julienne
2 colheres (sopa) de vinagre de vinho branco
sal e pimenta do reino 
1 colher (chá) de óleo de gergelim torrado (eis o segredinho!)
1 colher (sopa) de gergelim torrado
50 ml de azeite extravirgem 
4 anchovas 
 
Modo de fazer
 
No óleo, refogue o alho e a cebola, acrescente a berinjela e o vinagre até que os ingredientes murchem e mudem de cor. Tempere com sal pimenta. Em seguida, acrescente o óleo de gergelim torrado. Dissolva as anchovas em 20 ml de azeite quente e misture no preparo. Acrescente o gergelim torrado e misture bem. Finalize com o restante do azeite. Tampe a panela e mantenha fechada por pelo menos 15 minutos. 
 
Essa berinjela fica muito cheirosa. Apetitosa mesmo! O óleo de gergelim tem um aroma incrível. Basta usar algumas gotas que todo o prato ganha vida.  Por sinal, dá vida a qualquer refeição, mesmo que seja aquele lanchinho fora de hora. 
 
Sugestões de uso: 
 
  • Como guarnição para um filé ou frango grelhado acompanhado de arroz integral. 
  • Para um sanduíche natural, com pão integral, maionese, cenoura ralada e alface
  • Fica ótimo como antepasto servido com torradinhas
  • Sobre uma rodelinha de pão de forma, servida como entradinha pronta do tipo canapé. Finalize com uma gota de molho de mostarda
  • Numa salada mais requintada com folhas diversas e camarão
Hummmm... Deu vontade de comer? Bora fazer!  
 
Na próxima vez que for à feira ou ao supermercado, pense nesse preparo e compre berinjela. Como Fermina Daza, sucumba e prove berinjela!. Você pode ser surpreender. 
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