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Publicado: Segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Assunção: um lugar que você precisa conhecer!

Crédito: Foto/Divulgação Assunção: um lugar que você precisa conhecer!

Podemos descrever a Gran Asunción como uma metrópole solitária que se localiza bem no coração da América do Sul – longe de qualquer oceano, mas banhada pelo rio Paraguai, que serve como canal de escoamento das suas exportações e também importações. É aquela mesma da música que você deve estar cantando na cabeça: Galopeeeeeeeeeeeeeira...

 

Antes de começarmos.... Vem alguém à sua mente que já tenha pisado na capital do Paraguai? A resposta positiva é pouco provável. Certamente quem já foi para lá não dirá coisas negativas. Ah, Ciudad Del Este é uma cidade que fica na tríplice fronteira, com o Brasil e a Argentina, a oito horas de carro de Assunção e com ritmo totalmente diferente de lá.

 

Não diria que Assunção seja, como muitos influencers diriam, “instagramável”. Mas, toda a magia e emoção deste local passam longe de poderem ser fotografadas ou gravadas.
Feita de um povo muito - eu disse muito - receptivo (talvez o povo mais caloroso que já tive contato) e muito educado, a viagem tem todos os ingredientes para uma experiência sensacional.

 

Indicado para quem quer gastar pouco, com passagens baratas, ou também para quem quer fazer compras (cadeias de lojas famosas com várias tiendas espalhadas pela cidade, com preços mais justos que os praticados aqui, por causa da alíquota de imposto que os lojistas paraguaios repassam ao governo), esse destino pode te surpreender, de fato.

 

O Jopara, que é a mistura do Espanhol Paraguaio com o Guarani, que também é uma língua oficial, falada por 45% da população, não atrapalha os montes de turistas, em sua maioria europeus e argentinos, de disfrutarem das atrações da cidade antes de seguirem os seus mochilões.

 

Verão úmido e extremamente quente, com temperaturas que alcançam facilmente os 43 graus e inverno mais frio que o nosso, com temperaturas que podem ser negativas por dias seguidos, a cidade também pode ser visitada por viajantes de diversos gostos climáticos, nas quatro estações.

 

Mas o que mais me chamou a atenção lá foi que, além de muito organizada e segura, diferente das cidades da fronteira, como Ciudad Del Este ou Pedro Juan Caballero, há ares de uma cidade que, mesmo chegando próxima aos 800 mil habitantes, parece que parou no tempo, imersa em uma atmosfera de tranquilidade, que nos fins de semana dá lugar aos reggaetons e funks brasileiros tocados nas ruas e barzinhos, em ruas bem iluminadas, de uma capital que tem quase que 85% da sua população abaixo dos 35 anos.

 

Continuando a falar sobre o povo: carisma sem igual! Presenciei situações em que, após uma forte chuva de fim de tarde, houve alguns pontos de alagamento e as pessoas se ajudavam umas às outras, doando seus próprios sapatos, como se aqueles não valessem a necessidade que o próximo tinha, em chegar à sua casa ou ao trabalho, ficavam descalças e então ajudavam aos cidadãos e turistas a passarem pela água, para não se machucarem.

 

Por falar em astral, não só a capital, mas como todo o país crescendo quase oito vezes mais que o Brasil, há uma sede evidente por evolução, inovação e crescimento (que de tão puxado esse indicador que acaba acontecendo de uma forma um pouco desordenada) dos paraguaios e estrangeiros que se mudam para lá. E isso tudo era invisível aos olhos de um povo que ficou esquecido por tanto e agora precisa correr contra o tempo, rumo ao destaque econômico internacional.

 

Por fim, seria um grande equívoco associarmos todo um país a uma cidade em que, a maioria dos brasileiros que viajam ao Paraguai visitaram, que possui mais um clima de cidade brasileira do que propriamente paraguaia, que é o caso de Ciudad Del Este - e a sua fama de muambeira. 

Contudo é preciso muita coragem para ir ao desconhecido, viver o que ninguém que você conhece viveu, mas.... Quem disse que não vale a pena? Como diz o slogan do governo atual, que para mim fez muito sentido enquanto estive lá: “Paraguay, tenés que sentirlo”.
 

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