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Publicado: Quarta-feira, 8 de outubro de 2014

As urnas falam

Quatro deputados de Itu.

A manchete da mídia está correta: Quatro deputados de Itu.

Eram quatro candidatos de Itu, assim gentilmente acolhida ela, embora natural de Indaiatuba.

E correta então a manchete por se tratar de gente da casa.

Desfaz-se entanto a impressão assim colhida, eis que os quatro demonstraram efusivamente que independem dos votos locais para se elegeram.

A totalização de 92 mil votos cada um, pelo casal, bem como outros formidáveis 150 mil isoladamente por pai e filho, contrastam gritantemente com os minguados 11 e 14 mil dos dois primeiros e, menores ainda, com os 6 e 8 mil dos segundos, tudo obtido somente do eleitorado local.

Candidatos de Itu mas não por itu, a verdade seja dita e reconhecida.

Hoje, haveria de se dizer ter sido até dispensável a formidável e caríssima campanha local, disseminadora de poluentes painéis a cada cem metros e outros recursos desgastantes para despejar promessas, cujo cumprimento é engavetado no domingo eleitoral logo após o fechamento das urnas.

De todo modo, chega-se assim a cada pleito, ao momento de que as urnas, mudas até ali, falem alto e bom som. No mutismo delas um recado eloquente.

Candidatos de Itu mas não necessariamente representantes desta cidade.

Souberam – e que se lhes louve a esperteza – fazerem-se independentes desta cidade para se elegerem.

Repita-se: o casal, como volumosos 92 mil votos cada; de itu só 11 e 14 mil, ele e ela.

Pai e filho, espetaculares 150 mil cada um e míseros 6 e 8 aqui.

Os primeiros souberam disseminar a colheita de frutos plantados em outras plagas, além de no âmbito familiar poder contar com a experiência de influente político de outrora.

Pai e filho, de sua vez e de há muito, vão poder continuar sentados em cômoda poltrona vida afora, eis que sustentados pelo imenso e disciplinado contingente de fiéis de sua grei.

E a partir do instante em que a voz das urnas surpreendem com o esfuziante mutismo daquela sonoridade que não se escuta, mas se vê ouve, frisa-se o milagre de tal incongruência, o de que as urnas falam.

E como falaram !

Responda eleitor, de si para consigo:

Como se sente agora? Como você se vê?

 

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