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Publicado: Segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Anitta, a Eleitora

Crédito: Internet Anitta, a Eleitora
Anitta entende de funk. De eleição, não.

No Brasil não bastam as eleições majoritárias com os tópicos próprios desse grande evento “democrático” (sic!). A grande mídia sempre está à procura de sub-tópicos capazes de criar desinformação, substituindo temas realmente importantes de serem discutidos por fatos banais que não têm importância alguma para o debate eleitoral.

                Há alguns dias fez-se um caso enorme em torno da cantora Anitta, aquela do funk. Nas redes sociais ela compartilhou uma postagem, do perfil de uma amiga, com um viés favorável ao presidenciável que sofreu um atentado no início de setembro. Foi um rebuliço. A patrulha esquerdista, predominante nos meios de comunicação social, chiou muito. Muito mesmo.

A artista até que tentou justificar-se, em vão. Disse que tinha o direito de não se manifestar sobre quem apoiaria politicamente. Quis dar uma de “isentona”, como se diz. Mas não conseguiu. A imprensa esquerdista, principalmente através do seu tentáculo feminista, espremeu e espremeu, até que conseguiu. Recentemente, Anitta teve que tornar público que não apóia o candidato esfaqueado e engoliu secamente sua adesão à modinha de uma rashtag (#) boba que circula por aí.

Particularmente, não gosto de Anitta enquanto artista. Não me agradam suas “músicas” (sic!) e suas posturas que, no fundo, depreciam o que representa a mulher com toda a sua nobreza e qualidades. Mas isso é uma coisa minha. Quem gosta de Anitta, que goste. Sem problema. Gosto não se discute: lamenta-se. Mas, noves fora as preferências musicais, há que se pensar: qual é mesmo a importância de Anitta dentro do processo eleitoral?

A resposta, ainda bem, é: nenhuma. Anitta é uma simples eleitora, como tantas mulheres. O voto dela tem o mesmo valor do meu, do seu, do nosso. Decerto que o eleitorado brasileiro precisa evoluir bastante. Mas acreditar que as pessoas se deixarão influenciar por uma artista na hora de votar, é descrer muito na capacidade dos eleitores de um mínimo de discernimento político.

Coloquemos então, cada coisa no seu quadrado. Anitta entende de funk. Eu entendo de escrita. Candidatos entendem de eleição. E por aí vai. Minha opinião sobre eleições vale menos do que a dos políticos mais experientes. Minha opinião sobre as músicas de Anitta são nulas, não afetarão em nada sua carreira musical. Do mesmo modo a opinião de Anitta, seja sobre os meus artigos, sobre as eleições, sobre quem ela apóia ou deixa de apoiar, também não influenciará em nada o processo eleitoral.

Sinto compaixão de Anitta. É uma escrava do sucesso, uma presa do show business. Chegamos ao cúmulo do politicamente correto, onde uma pessoa não pode sequer exercer o seu livre direito de não se manifestar quando não quiser, sobre qualquer assunto, ou seja, o direito de guardar algumas opiniões e escolhas apenas para si mesmo. Mas esse é o preço que Anitta paga por fazer média com o feminismo, esse movimento infame e mentiroso que afirma que “o lugar da mulher é onde ela quiser”, mas que não respeita as opções que contrariam a pauta esquerdista.

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