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Publicado: Quarta-feira, 31 de março de 2010

Ah é... isso mesmo

Não existe lugar comum mais evidente do que se dizer que as horas voam, os dias correm, logo é Natal de novo e afirmações do mesmo tom.

Sempre a mesma coisa.

E há fundamento nesses reclamos ou expressões de espanto.

Dois mil e dez.

Está aí.

Avançando como doido, sem preparo nem reflexão. “Vamos que vamos”, se assim não falam, assim fazem.

O murmúrio das próximas eleições começa a fazer ruído mais perceptível. São cargos à bessa, de que se licenciam suas excelências, para galgar novos postos, muitas vezes de maiores possibilidades.

Possibilidades... possibilidades melhores para eles, os interessados.

Fichas sujas? Não espere nada.

Iriam eles legislar em causa que os desfavoreça?

Suja não se diga da consciência dos eleitores, mas enodoada ou displicente ou esquecida, sem dúvida.

Insistir na peroração vã de que depende de quem vota a maior ou menor qualidade dos eleitos, é chavão sofrido, surrado, perdido.

Dois ou três minutos, por exemplo, você usou para acompanhar – se conseguiu – a crônica até aqui. Viu como o tempo se esvai. Mais do que fumaça.

Então, 2010. Ano cheio.

Daqui a pouco a Nação praticamente para porque o mês de junho estará ocupado com o futebol. O mundo até de certa forma. Quem no entanto não guarda cioso lá dentro de si a esperança de que o Brasil se distancie um pouco mais da Itália, danadinha, que se vence se equipara ao Brasil em quantidade de conquistas? O futebol é envolvente e pronto.

Daí que, consequentemente, irá o brasileiro às urnas despreocupado e até contente pela vitória em gramados da África e sob essa influencia vai votar como sempre fez. Se o Brasil não logra o galardão de mais uma Copa, acabrunhado, o eleitor votará ainda com menor interesse.

Interesse? Espera um pouco... Interesse ou responsabilidade no voto, quem tem?

Passadas as eleições... bem aí fica mesmo e reconhecidamente uma incógnita. O cerne da disputa se circunscreve entre os dois mais atuantes e, digamos, mais notórios, partidos políticos. Os demais, pequenos ou grandes, fazem o papel de penduricalho interesseiro.

Não há nenhuma certeza de que haja plena continuidade, vencedor o bloco majoritário de hoje, nem muito se saberá de como atuaria a oposição.

Só pessimismo pela frente então?

Epa. Pare aí.

Não é esse o objetivo da crônica.

Assim como Itu nos últimos sessenta anos não conseguiu ter mais do que um crescimento vegetativo apenas, - olhe-se para as cidades vizinhas – até porque pelo menos esse tipo de evolução todas as comunas conseguem, por mais que se lhe atravanquem o progresso, - também o Brasil como um todo sofre sim o revés da politicalha, irmã de sangue da corrupção.Apesar disso se salvou no contexto mundial. E provou que até consegue alcançar um tanto além do dito crescimento meramente vegetativo.

Imagine-se pois o que seria este povo se fosse bem conduzido.

Mas aí – para esta reflexão – o círculo se fecha de novo.

Quem cuida dos passos e da vida de um país?

Os políticos.

E quem os elege?

O povo.

Ah é.

Isso mesmo.

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