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Publicado: Quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Aborto? Não dá...

Pesquisas comprovam que a maioria dos brasileiros e brasileiras são contra o aborto, em qualquer estágio. Questão polêmica, como sempre. Alguns acham que podem tratar do assunto como simples questão de saúde pública, o que é errado. Uma criança em gestação não pode ser tratada (ou seria "combatida"?) como uma gripe ou um sarampo. Outras pessoas têm consciência de que, ao receber a notícia de uma gravidez, passam a lidar com uma vida dentro de si.
 
Vida é vida, assim como gravidez é gravidez. Nenhuma mulher fica "meio grávida": Ou está ou não está em gestação. Os motivos que levam a uma gravidez podem variar: planejamento familiar (ou falta dele) e até mesmo em mulheres vítimas de estupro. Porém, tais motivos não mudam o fato de que, in utero, encontra-se uma nova vida em gestação.
 
Quando vem a questão do aborto, uma série de questões é colocada. Uma das mais recorrentes é: quando começa a vida? Particularmente, creio que a vida começa assim que se toma conhecimento dela. Ao saber que está grávida, a mulher toma consciência de que é guardiã temporária de um novo ser.
 
A natureza preparou seu organismo para isso, é algo de que não se pode fugir. Abortar essa nova vida no segundo, no sexto ou no nono mês de gestação, é assassinato. Assassinato é o termo usado pela sociedade quando um ser humano mata outro. E o bebê, embrião ou feto, é humano desde sua concepção.
 
Há vários problemas na raiz da questão de uma gravidez indesejada, salvo em vítimas de violência sexual. As escolas não ensinam a juventude a pensar sobre o verdadeiro sentido da sexualidade humana, limitando-se apenas a dar aulinhas sobre contraceptivos e a dizer para a garotada que podem aventurar-se à vontade.
 
Os pais têm vergonha de conversar sobre o assunto com os filhos, tratando-os como eternos bebês. Além disso, grande parte dos jovens cede ao impulso natural do ser humano pelo sexo, sem amadurecer a idéia sobre o que estão fazendo. Quando surge uma gravidez, o bebê é quem paga o pato pela falta de responsabilidade.
 
Em nenhum julgamento no mundo, a vítima paga o preço pela irresponsabilidade dos réus. Mas é isso o que desejam fazer com a liberalização do aborto no Brasil. Se a mulher não deseja criar um filho ou não se sente preparada para tal missão, que no mínimo cumpra sua função natural de guardiã temporária da vida.
 
Após o parto, que entregue a criança a uma família que deseja adotá-la. Ou então que o Estado cumpra sua responsabilidade de providenciar o que for necessário para uma vida digna desse bebê. Parece utópico? Não, é apenas o mais correto.
 
Infelizmente, no Brasil os inimigos da vida humana são muito bem articulados e movem-se nas sombras. Estão de tocaia procurando brechas na legislação e iludindo a opinião pública com afirmações falaciosas, covardes. Querem transformar o sistema público de saúde em uma máquina abortista, abrindo também a empresas privadas a oportunidade de lucrar com o sangue de crianças inocentes. Algo digno de Herodes.
 
Para os inimigos da vida, a estratégia é dar um passo por vez para ganhar terreno. Primeiro aprova-se o aborto em casos de estupro ou risco de vida da gestante. Em seguida, o aborto de crianças anencéfalas. Mais para frente, sugere-se o aborto de crianças diagnosticadas como defeituosas, no pré-natal. Até os escuto dizendo: "Aborte! Jogue isso fora! Tenha outra criança, mais perfeita!". Sem perceber, a sociedade abre uma caixa de Pandora. Quando percebermos, estaremos como pequenos "deuses", decidindo sobre a vida alheia.
 
A vida é, por si só, um milagre divino. Deslumbradas com as facilidades do mundo moderno, muitas pessoas esqueceram-se disso. Os abortistas que clamam por aí, esquecem-se que só podem fazer campanhas contra a vida justamente porque a eles foi dado o dom de viver. Triste e contraditório, indigno do ser humano: usar a vida para acabar com a vida. Totalmente o contrário do "amai-vos uns aos outros" aconselhado por Jesus a todos nós.
 
Não dá para ser a favor do aborto. Não dá para ser contra a vida. É irracional, ilógico, auto-destrutivo. Aprovar o aborto é pior do que aprovar a pena de morte, já que dentro do ventre materno o único "crime" que os bebês querem "cometer" é o de nascer. Os que têm a graça de sentir o ar atravessando as próprias narinas, o coração pulsando a cada minuto e o lampejo de um pensamento, jamais deveriam concordar com a idéia de interromper outra vida.
 
Amém.
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