A Vida com solidariedade...
"Erguer as mãos com alegria, mas repartir também o pão de cada dia..." (Pe. Zezinho)
A Vida é um Bem, nosso maior bem!
Todos nós queremos uma vida boa, queremos viver bem, ser felizes. E não é para menos, temos direito à felicidade. Afinal, Deus nos criou - e ao mundo - com condições para isso. Cabe a cada um viver a sua vida aproveitando tudo que ela tem e ser feliz dentro da sua realidade. O problema é que ignoramos a vontade de Deus e, "encantados" por desejos, objetivos, idéias e vontades "muito próprias", acabamos infelizes.
Não somos todos iguais, não temos todos a mesma genética - nem do corpo, nem da alma - nem a mesma história de vida. Cada um tem seus limites e seus caminhos ...
O mundo também não é igual para todos. Vivemos um presente, conseqüência de um passado, nem sempre humano, nem sempre justo. Não é difícil percebermos as diferenças e as indiferenças, os contrastes sociais e econômicos que nos cercam. Infelizmente o nosso mundo cultiva a injustiça, a discriminação, o individualismo, o egoísmo e a indiferença. Vivemos hoje num mundo materialista, consumista e descompromissado, onde convivem a luxúria e a miséria, a fartura e a fome, o bem-estar e a desgraça. Certamente não é esse o mundo sonhado pelo nosso Criador. Uma pena!
Diante de tudo isso, precisamos de ajuda: de Deus e dos homens. Na verdade nenhum de nós é capaz de produzir sozinho tudo o que precisa para viver bem. Sem uma solidariedade , ainda que básica, nenhum de nós sobreviveria. Devemos nosso crescimento e o que somos a uma porção de pessoas que se importaram conosco, cuidaram de nós, foram solidárias.
Cabe a nós "refazer" esse mundo, torná-lo de todos e para todos. É preciso combater a cultura dos "mais iguais..." que estão convencidos de que têm mais direitos, “conquistados por eles”, já que são mais espertos, mais trabalhadores e mais outros tantos argumentos que colocam a seu favor, sobrando pouco ou quase nada para os outros, é claro, menos determinados, menos esforçados e outros tantos menos...
Para mudar nosso modo de viver nesse mundo , nosso modo de ver e de avaliar as coisas, é preciso rever os parâmetros com que medimos nossos direitos e os direitos de nossos irmãos, saber quais são nossas reais necessidades, qual a "bagagem" que necessitados para uma caminhada feliz e realizadora nesta vida passageira. É sempre bom ter em vista uma verdade: "O supérfluo pertence aos pobres..."
O homem é um ser em relação. Se atentarmos para a Cruz, caminho de Salvação, veremos que tem duas dimensões: uma vertical que liga o Céu e a terra e outra horizontal que liga os irmãos. É preciso erguer as mãos aos céus, agradecendo a Vida, as tantas coisas boas que nos cercam, a saúde e os recursos para cuidar dela, o pão de cada dia, o trabalho, nossos bens, nosso conforto. Mas é importante abrir os braços e as mãos em favor dos irmãos com quem convivemos e ajudá-los material ou espiritualmente. Nunca serão demais: colo, ouvido, ombro amigo e compaixão!
Vamos escutar o apelo da Campanha da Fraternidade para que pratiquemos a solidariedade . Esta, como a Vida, ultrapassa nossas crenças ou convicções religiosas, políticas ou sociais. Se desejamos realmente uma Vida digna para todos , a solidariedade se faz cada vez mais necessária e é dever de todos .
Se não fizermos nossa parte, quem vai fazer? Responde por nós a seguinte historinha, de autor desconhecido: Um menino, todo dia de manhã percorria a praia recolhendo estrelas-do-mar, trazidas pela maré, atirando-as de volta ao oceano. Um senhor que já o observava há algum tempo não resistiu e disse: - o que você está fazendo? - Devolvendo-as ao oceano para que não morram, respondeu o menino. - Que diferença fazem umas poucas estrelas? insiste o homem. Decidido, encerra o menino: Não sei, mas para estas que eu consigo devolver ao mar faz muita diferença...!
A solidariedade pode fazer a diferença para muitos , como por exemplo:
- para nossa família, pais, filhos e avós;
- para as crianças, para os idosos ou para os que apresentam alguma deficiência física;
- para os órfãos, abandonados ou desamparados;
- para os que choram perdas irreparáveis;
- para os que precisam de nosso conforto...
- para os doentes, os dependentes de drogas;
- para aqueles que perderam a fé e a esperança;
- para os que acreditam em nós.
Cristo teve compaixão com todos esses, gastou sua vida com eles, entregou-a por eles... e por nós. Fez muita coisa, mas sua obra não terminou. Arrebanhou Apóstolos, discípulos e seguidores, que fizeram e estão fazendo muito, mas a "messe é grande e poucos os operários" por isso continua convidando e contando com seus seguidores, continua acreditando que nós, os homens, ainda somos capazes de mudar o mundo para melhor... Podemos diminuir as diferenças, estreitar os abismos que separam os homens e ter um mundo mais alegre e mais feliz, um mundo mais justo, mais fraterno, mais solidário, um mundo onde finalmente seja possível a tão sonhada PAZ!
Infelizmente, o poder, o dinheiro, a fama, a beleza estão se tornando "deuses" na vida das pessoas, deuses falsos, injustos, tendenciosos, desumanos...
Vamos rasgar as bandeiras do egoísmo, do ódio, da desforra, do orgulho, da ânsia do ter e do poder, do prazer pelo prazer, da perseguição, da competição irracional e desumana e erguer bandeiras de solidariedade, de fraternidade, de partilha. É preciso ter os olhos e o coração de Cristo; só assim conseguiremos olhar para o outro, enxergar suas necessidades e fazer alguma coisa por ele. Ajudá-lo a viver um pouco melhor!
Está em jogo o sonho de Deus e o nosso: "O bem de todos e a felicidade geral do mundo!". É pegar ou largar! Pegar a causa para si ou largá-la para os outros...