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Publicado: Quarta-feira, 3 de julho de 2019

A Síndrome de Burnout e o Mal do século

Crédito: Imagem Google A Síndrome de Burnout e o Mal do século
Síndrome do Esgotamento

Na década de 90, quando assistíamos àqueles filmes futuristas, repletos de tecnologias interativas, que falam com você, que te dá todas as informações em um simples toque, pensávamos: “Isso é impossível, nunca vai existir” ou “Que ridículo! Quem imaginou isso?”. De qual filme você lembrou?

Hoje, 2019, século XXI, temos tudo isso citado acima e muito mais. Ao mesmo tempo que desfrutamos de todas essas tecnologias, facilidades e afins, temos também mais doenças psicológicas, emocionais e mentais como ansiedade, tensão e depressão. Exemplos não faltam em nosso dia a dia, seja no trabalho, nas ruas e em casa, mas, para tornar essas afirmações mais concretas veja esses dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre 2005 a 2015, o número de casos de depressão aumentou em 18%, aponta relatório da OMS. No mundo são 300 milhões de pessoas, no Brasil são 11,5 milhões (maior índice da América Latina). Até 2030, essa doença mental será a mais incapacitante do mundo e considerada o ‘Mal do Século’.

Todos esses dados e informações assustam, claro! Mas, afinal, qual é ou quais são as origens dessa enfermidade? Você já ouviu falar da Síndrome de Burnout? É um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, estresse crônico, resultado do acúmulo excessivo em situações de trabalho que são, emocionalmente, exigentes e/ou estressantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Também é chamada de Síndrome do Esgotamento ou Exaustão Profissional.

Em pesquisa realizada em 2018 pela International Stress Management Association (Isma), dos 100 milhões de trabalhadores do Brasil, 30% estão em ‘Burnout’. As altas exigências do mercado de trabalho, dentro das empresas, das escolas e faculdades, da própria família, enfim, da sociedade como um todo, são alguns dos pontos que explicam esses números.

Os casos são tão alarmantes que a síndrome foi oficializada como crônica e, enquanto um “fenômeno ligado ao trabalho”, a OMS incluiu o Burnout na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Esta deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022.

A Velocidade Das Coisas

Se tornou senso comum dizermos, logo nos primeiros meses do ano, que o tempo está passando muito rápido, que já se passaram três ou quatro meses e ainda não fizemos nada, nada da famosa lista de metas de início de ano. Nos tornamos reféns do relógio, do tempo e entramos em um ciclo vicioso e automático que nos consome diariamente. Lhe soa familiar?

Essa sensação de que tudo está passando e acontecendo muito rápido tem sua raiz na evolução das tecnologias, não só das digitais, da década de 90 em diante, mas desde a Revolução Industrial, sugere uma reportagem da revista Super Interessante.

Os benefícios, vantagens e facilidades que o mundo tecnológico nos fornece é inegável, porém temos que encontrar o equilíbrio entre o positivo e o negativo. Internet, wi-fi, WhatsApp, Spotiy, Instagram, Netflix, Facebook, Skype, computadores e notebooks ultramodernos são ferramentas e plataformas que estão mudando o mundo, mas também estão se tornando nossos donos. Hoje você vai em um bar ou restaurante, em uma mesa com duas, três ou quatro pessoas, com certeza mais da metade está no celular e uma ou outra está ‘sozinha’. Os pais adoram os celulares e tablets, pois são estes que distraem e ‘cuidam’ dos filhos(as). Mais uma vez: os aparelhos tecnológicos e o mundo digital são essenciais, mas tem de haver o equilíbrio!

O mesmo alerta cabe no mundo profissional. Lembra da Síndrome de Burnout? Resultados, cobrança, competividade, velocidade e demandas excessivas só vão consumir nossa saúde física e mental, nos levando à depressão. Os profissionais que atuam sob alta pressão e responsabilidades constantes são os mais propícios a desenvolver essa síndrome, por exemplo: médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, publicitários, entre outros. Exaustão emocional e física, dores de cabeça, nervosismo, ansiedade, dor de barriga, tonturas, falta de apetite, insônia, desconcentração, sentimento de fracasso e insegurança, negatividade, isolamento, pressão alta e problemas gastrointestinais são alguns dos sintomas que podem indicar início da doença. Mas, antes de se autodiagnosticar, procure um profissional da saúde (psicólogo, psiquiatra) para te direcionar.

As formas de/para evitar e tratar a doença são variadas, mas o passo inicial é diminuir seu ritmo de vida, sair do ciclo vicioso e automático mencionado no início desse artigo, além de mudar os hábitos e estilo de vida. Se socializar com a família e amigos é essencial, assim como a prática de atividades físicas constantes. Por mais que você não tenha entrado em ‘Burnout’ utilize a tecnologia a seu favor e veja como reduzir sua tensão, ansiedade ou estresse. Dê prioridade à você!

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