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Publicado: Sábado, 7 de fevereiro de 2009

A quem cabe evangelizar

Fevereiro já dispara...  
 
Dia 8 
Tem-se nele a liturgia do Quinto Domingo, na verdade mera e simples continuação do Capítulo Primeiro de Marcos, da semana anterior, que terminara no versículo 28. Agora o evangelista principal deste Ano “B”, traz os versículos de 29 a 39.
 
Vejam-nos: 
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.
 
À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu em frente da casa.
 
Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.
 
De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto.
 
Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. Quando o encontraram, disseram:
 
“Todos estão te procurando”.
 
Jesus respondeu:
 
“Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.
 
E andava por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios. “
 
Até pelo fato da mera e simples continuidade do evangelho da semana passada, entende-se que os assuntos sejam da mesma natureza e quase uma repetição. Os primeiros passos do Mestre dos mestres nas suas pregações.
 
Resolvera ele, a quem Pedro procurou no mesmo instante que André e João lhe falaram tê-lo visto, voltar à casa de Simão. De imediato, mostrou que além de pregar só distribuía benefícios a doentes e necessitados.
 
Na cura da sogra de Pedro, perceba-se um primeiro e claro sinal da pedagogia de Jesus, que sustentava suas prédicas com gestos simultâneos, com o que prendia ainda mais a atenção dos fiéis seguidores. Poderia apenas ter feito a febre ceder, mas quis segurar sua mão e ajudá-la a se levantar. Palavras e gestos, combinados, repetem-se por todo o Novo Testamento.
 
Também se nota que a hospitalidade, mais do que uma atitude de bom tom, é no fundo uma autêntica virtude. Logo se preocupa a sogra de Pedro em hospedar o mestre e seus amigos. E o faz não socialmente, mas com todo carinho e naturalidade.
 
Se de um lado, há certa hora, nos evangelhos se vá aprender que a fé sem obras é morta, logo aqui, neste começo de evangelização, se aprende também do equilíbrio que há de existir entre ações e fé. Jesus aproveita bem o seu tempo e passou horas falando e curando.
 
Mas procurou se reabastecer e, furtivamente, buscou lugar propício à oração particular e íntima. A oração sustenta as obras e obras só acontecem quando se reza. Perfeita interligação e sintonia.
 
Censurado, mais por estranheza de um sumiço repentino, Jesus deixa o exemplo de que voltaria de imediato às suas atividades. Mais ainda. Demonstra e apregoa que iria às redondezas, a deixar claro que viera não apenas para alguns mas para todos.
 
Os apóstolos, desde aí, foram se assenhoreando dos modos e práticas de Jesus e o seguiram sem olhar para trás. Entenderam o recado e espalham os evangelhos por toda a terra.
 
É um fecho até repetitivo, mas foi pelo método exaustivo e permanente ao fazer quase as mesmas coisas, que a escola de Jesus formou discípulos santos.
 
E hoje? A quem cabe o prosseguimento da evangelização?
 
Seria obrigação apenas do clero, dos missionários e das religiosas?
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