Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A nova implantação da cobrança das ligações locais

Entra em vigor em todo o País no dia 1o de agosto, o novo sistema de cobrança das ligações locais, sendo que entre os meses de março e julho, as operadoras telefônicas serão obrigadas a alterar a forma de cobrança das ligações locais, substituindo a cobrança de “pulso” por “minutos”.
 
Diante de inúmeras dúvidas a respeito do tema, inclusive minhas, resolvi estudar o presente assunto e dividi-lo com meus leitores.
 
É sabida a personalidade de cada consumidor e justamente por isso, a operadora telefônica será obrigada antes de alterar a forma de cobrança, a informar ao assinante, o seu perfil, explicando ao mesmo qual o tipo de ligação habitualmente faz e qual o seu tempo de duração, além de fornecer ao mesmo um plano alternativo, denominado “PASOO” (Plano Alternativo de Serviços de Oferecimento Obrigatório), este plano, criado pela Anatel, após demonstrações de indignação do Idec no que tange ao tratamento ao consumidor.
 
Na conversão do pulso para o minuto, no plano básico, as ligações ficarão mais caras, principalmente para aqueles os quais ficam mais que 3 minutos no telefone. Uma ligação, em São Paulo, por exemplo, com uma duração de 15 minutos, pode custar até 140% mais caro. No entanto, se aqueles os quais fazem ligações de duração superior a 3 minutos migrarem para o Plano “PASOO” permanecerão gastando praticamente o mesmo que gastam hoje.
 
A título de esclarecimentos, vale lembrar alguns conceitos e entender os sistemas de cobrança abaixo:
 
     Pulso: é a maneira de medir o tempo de duração das ligações, calculado por um cronômetro digital que aumenta de acordo com o tempo da ligação. Sua tarifação pode variar de acordo com o horário e o dia da semana. Há quem utilize o termo impulso, mas o correto é pulso, o qual é cobrado da seguinte maneira: um pulso é cobrado assim que a chamada é atendida e outro pulso é cobrado em até 4 minutos após a chamada ser atendida, sendo que os demais são cobrados de 4 em 4 minutos após o pulso aleatório, ou seja, o primeiro segundo de uma chamada já consome um pulso. Em seguida, é cobrado o chamado pulso aleatório, que pode durar de um segundo até quatro minutos, dependendo do momento em que for iniciada a conversação. O consumidor pode iniciar uma chamada quando o próximo pulso estiver prestes a ser cobrado, restando-lhe apenas um segundo. Por outro lado, pode ter a sorte de iniciar uma conversa quando o pulso acabou de ser computado, restando-lhe quase quatro minutos para falar, pagando apenas pelo primeiro pulso. Depois dessa etapa, o consumidor começa a pagar o pulso da conversação, que é cobrado a cada quatro minutos. Em horários reduzidos, a cobrança é de apenas um pulso, independente do tempo da ligação. Dessa maneira, uma pessoa que fale durante 1 minuto, será cobrada por um pulso no atendimento da chamada e, em tese, tem uma chance de 25% do segundo pulso cair nesse intervalo de 1 minuto (1min/4min= 0,25).
 
     Chamada local: é aquela efetuada em uma área geográfica contínua, definição pela Anatel, de prestação de serviço, que pode ser dentro do mesmo município ou conjunto de municípios nestas chamadas, a unidade de tarifação, hoje em dia, é o pulso.
 
     Novo sistema: com o novo sistema, as ligações locais serão cobradas por minuto transcorrido e não mais por pulso, sendo que o método permitirá que o cliente obtenha o detalhamento de sua conta, como a lista dos números para os quais ligou, sendo que para isso deverá entrar em contato com a operadora de telefonia para fazer a solicitação. Podemos dizer que o novo sistema é semelhante ao já existente em relação à cobrança de chamadas de longa distância e para celulares.
     
Com a conversão, as concessionárias serão obrigadas a ofertar a nova opção da Anatel – “PASOO” – a todos os consumidores e o reajuste será o mesmo do plano básico.
 
Como irá funcionar o PASOO?
Para realizar uma ligação, assim que esta for atendida o consumidor pagará um mínimo equivalente ao que se cobra por quatro minutos de conversação (1 pulso), o que se denomina de “tarifa de completamento da ligação”. Além disso será cobrado por tempo de utilização, a cada décimo de minuto (ou seja, a cada 6 segundos). Os horários reduzidos serão os mesmos do plano básico, a assinatura e a habilitação terão o mesmo preço e a franquia de 100 pulsos será convertida para 400 minutos. Nas linhas não residenciais e troncos a franquia muda de 90 pulsos para 360 minutos.
 
Para cálculo de quanto custaria o minuto, considerou-se que 1 pulso equivale a 4 minutos e, por conta disso, o minuto custará um quarto do que custa o pulso hoje.
Na verdade este plano é igual à situação tarifária de hoje, suas tarifas equivalem às tarifas que se cobra pelo pulso, a vantagem é que está eliminado o pulso aleatório.
O consumidor que tem o plano básico, deverá entrar em contato com a operadora para alterar para este novo plano, se esta for a sua escolha.
 
O melhor plano para o consumidor será aquele que melhor se adequar ao seu perfil, ou seja, no caso de ligações mais curtas, de até 3 minutos, a melhor opção é ficar com plano básico quando ocorrer a conversão para minutos. Se o consumidor, na maioria das vezes em suas ligações locais fica mais de 3 minutos, compensa optar pelo plano alternativo que a Anatel propôs.
 
Comentários