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Publicado: Quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Nação de luto

Por falar em luto, nos últimos tempos acontece com frequencia de falecerem pessoas fora do âmbito familiar, mas mesmo com alguma ligação com a gente, e não se fica sabendo. Daí uma frase de espanto, cada vez mais a mostrar estranheza e surpresa: Fulano morreu? Nossa!

Consequência do desenvolvimento da cidade que tem se ampliado muito. Também decorre de que as relações de amizade se prendiam como a cola da melhor qualidade mas ultimamente ou raramente se firmam ou se desprendem muito facilmente. Tudo agitação.

De outro lado tanta miséria e catástrofe, acompanhadas de uma enxurrada diária de noticiosos a divulgar crimes e escândalos, tudo surge diante do povo como algo corriqueiro e (quase) normal. Ninguém se espanta.

Só mesmo assim para se classificar a indiferença da sociedade, mais dividida do que nunca.

Impressiona como um ato de pura afronta e descaramento passa não se diga despercebido mas visto sem a mínima reação.

A nação está de luto.

Chegou-se ao ápice do caradurismo e da falta de consideração e respeito.

O Brasil viu e o mundo também aquela cena da deputada, embora à época não detentora de mandato político, toda sorridente a recolher um polpudo maço de dinheiro, que  seu auxiliar logo guardou em uma sacola preta.

Foi proposta a cassação de seu mandato e os senhores deputados, em imensa maioria, a absolveram, sob alegação de que época do fato ela não detinha mandato político e, assim, não haveria que se falar em falta de decoro parlamentar.

Houve reação da parte de vários senadores a verberar tamanha ousadia.

Na realidade, com essa insensatez, a Câmara dos Deputados, ousa tripudiar sobre a Igreja Católica, ao engendrarem, aqueles procuradores dos interesses do povo ( ! ), uma nova modalidade para absolvição de culpas. Na Igreja católica, pelo sacramento da penitência instituído por Jesus, concede-se o perdão dos pecados, mas sob a condição de arrependimento e contrição do fiel, em ato com a presença do sacerdote, ministro a isso credenciado.

Como bem asseverou o nobre senador Cristóvam Buarque, pode-se roubar, fraudar, mentir, matar, que nada então impede que, em casos desse teor ocorridos antes da eleição, alguém assuma a cadeira de deputado federal. Purificação automática de caráter. Que poder !

Essa senhora continua representante do povo. Descalabro duplo, o da votação de seus pares e a anuência dela. Tanto que da parte dela, só seria correto renunciar.

Cobre-se de luto pois a Nação.

Exala-se sobre o país o mais fétido odor.

Chega. Não dá ânimo de prosseguir na crônica.

Mais do que de luto, o país está de joelhos. 

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