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Publicado: Sexta-feira, 22 de julho de 2011

A glória, não passageira

XVII Domingo do Tempo Comum.

Evangelho de Mateus.

Capítulo 13, versículos de 44 a 46.

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“”  Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: “O reino dos céus é  como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. O reino dos céus também é como um comprador que procuras pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola. “”  

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Mesmo assim a liturgia propõe duas possibilidades de abordagem, uma vez que o assunto se confunde e se completa, numa só conclusão.

Pode-se, ao invés do enfoque integral (versículos de 44 a 52), reter o texto bem mais breve, com apenas os versículos de 44 a 46.

Nesta parte menos longa, Jesus compara o Reino dos Céus como se fora um tesouro encontrado ao acaso num campo. Um homem ao achá-lo, cuida de manter o tesouro muito bem escondido e, feliz, adquire toda aquela propriedade para si.

Jesus também cria outra imagem dos céus, através daquele homem comprador de pedras preciosas que ao perceber uma joia especial, dispõe de todos os seus haveres e junta assim o necessário para poder comprá-la.

Qualquer pessoa, simples que seja, há de compreender então de que de pouco ou nada vale apegar-se a este chão passageiro, na busca de bens e haveres, como preocupação primeira.

Apesar, infelizmente, da obviedade de que o desprendimento contribui sobremaneira para uma vida de espiritualidade aprofundada, basta um olhar à volta de si mesmo, para o cidadão ver que o mundo desaba. Mas é fácil localizar faltas e defeitos nos outros.

Cumpre olhar antes para si mesmo e num exame corajoso ver até que ponto o caminho que vem trilhando, às vezes anos seguidos, não o estariam levando para um fim desditoso.

Aspirar à salvação não significa levar ao exagero de fechar-se a tudo e a todos. Pelo contrário. O caminho para o céu passa pelo da terra e implica muitas vezes em sacrifícios e perdas. Apenas que de outro lado, a cruz ou cruzes podem santificar uma pessoa.

Erro semelhante seria o do interesse puro e simples, como se fora um negócio, entender que a renúncia é a moeda única da compra do precioso ingresso no reino celeste. Lá se chega pelo desapego ou, pelo menos, pela não submissão cega às riquezas quase sempre malsãs, e sim pelo amor a Deus sobre todas as coisas.

E a excelência dessa  forma de amar, Jesus ensinou-a, na máxima superior e primeira, a de amar  Deus e ao próximo como a si mesmo.

O homem se desprende de todos os seus bens e compra aquela pérola, ou seja, concentra toda sua vida e atenção naquela preciosidade. Cada qual viveria então sua vida e lhe dá valor, sem fazer-se escravo das imposições tantas, a mirar-se sempre no objetivo principal: não perder de vista a salvação da alma.

Apenas como referência, na mesma linha de pensamento, a segunda parte dos evangelhos, menciona a figura que Jesus faz de quando se apanham peixes de todos os tipos e em grande quantidade, o pescador os separe, a jogar fora os que não prestam.

Aduz também que anjos virão no fim dos tempos para proceder à seleção entre bons e maus. Entre estes, haverá choro e ranger de dentes.

                                                                                                            João Paulo

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