A celebrada chegada
Vem chegando de mansinho, abanando seu rabinho. Seu corpo num balanço meio desengonçado demonstra a ansiedade. Vem aqui coisa linda, pode pular! Então é lambida daqui, lambida de lá. Nem bem o coloca no chão e aquelas patinhas macias já colam em sua perna, e como se fossem carimbos vão deixando marcas borradas no tecido. As orelhas empinadas, se olhadas bem de perto, parecem que nunca mais irão abaixar. E quanto mais se fala seu nome, mais chorinhos de alegria se pode escutar. Cadê o fofinho da titia? O desespero ainda não passou e rendeu algumas voltinhas em torno do próprio rabo, como se estivesse a comemorar. Ganhou carinhos, beijinhos, abraços e diversos elogios. Depois estufou o peitinho e foi-se embora deitar. Afinal, celebrar é algo cansativo e ele ainda tem muitas horas de sono para tirar.