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Publicado: Quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2015

2015

Nos dias que constituíram os últimos suspiros de 2014, como de praxe, mídias múltiplas expuseram o quadro costumeiro, representativo do que se denomina “Retrospectiva”.

Para quem viu e sem nenhuma carga de pessimismo, foram lembradas cenas de um ano sombrio e catastrófico. Pessoas e intempéries, os culpados e, na linha de frente destes, os senhores políticos.

O extremo da balbúrdia, para citar um caso, é o de que, dos governadores que tomam posse, seis deles estão com seus mandatos cassados por irregularidades.

Portanto, como que num passe de mágica, proferir agora enunciados esperançosos e sonoros, bons augúrios para 2015, não viria soar como algo sincero e possível.

Enquanto o Brasil não se compenetrar de sua inglória realidade – e isto não vai além de quimera – o salve-se-quem-puder vai continuar. Cada um para si e Deus para todos.

Não há memória de tanta desorganização, desrespeito e fraudes como na atualidade. O caos.

Tais assertivas conduzem, por conseguinte, a que se formule um teor diferente de mensagem, em que tudo fica a depender das pessoas em si mesmas, nisso pelo menos totalmente libertas de qualquer influência ou desconforto. Caminho que leva ao respeito da opinião particular de cada um. 

Existe, ao alcance de quem a isso se disponha, a possibilidade de uma atitude feliz por excelência.

Aproveitar-se do momento para uma confraternização de alma e coração, em que haja sim comes e bebes, queima de fogos, mas que tudo não se resuma apenas nisso.

Oportunidade ímpar, ressalte-se, para se efetivarem as reconciliações. Se você estender a mão a um desafeto e ele aceder, vai experimentar uma das mais alegres e felizes sensações. Se recusa houver, tranquilize-se. Terá feito sua parte.

Alvissareira a notícia de última hora, a de que o jogador Kaká e a esposa Carol desistiram de se separar e voltaram à normalidade, para gáudio de todos os familiares e com reflexo assaz positivo do ponto de vista social. Quem não se alegrou com a nobreza desse gesto?

Com muita abertura e quase louvável e inocente volúpia – isto para expressar a sensibilidade desse momento, - aconteçam os abraços entre familiares e amigos.

Demorem-se nesses contatos e se rostos se colarem que ninguém enrubesça por causa disso. É hora de que as pessoas se mostrem no fundo seu lado humano, verdadeiro, afetuoso e de coração aberto.

Não são poucas as vezes em que entre si pessoas se admirem, as mais chegadas e também outras não tão íntimas,  mas que,  por timidez quem sabe, não se diz para elas o quanto as querem. Rompa esse obstáculo. Não se intimide se quiser porventura dizer: eu gosto de você.

E tudo isso deve ser exercitado com naturalidade. Aliás, quando alguns se tornam efusivos atabalhoada e ruidosamente demais, fácil verificar que ali existe a predominância de um efeito demagógico. Isso é distorção.

Meus caros.

Conhecidos de perto ou de vista, familiares próximos ou de longe, amigos tantos, pessoas com quem tenho estado frequentemente e também aquelas que de há muito não vejo, até quem não simpatize comigo ou de mim tenha algum ressentimento ou recalque, que perdoem meus erros ou eventual desatenção e venham todos, indistintamente, para que assim estejam reunidos para um abraço gigantesco e sincero.

Que a gente se veja e se curta mais vezes.

Na contraposição dos males e da correria enlouquecida, haja ocasiões de afeto mútuo, reaproximação de pessoas.

Se assim se fizer, 2015 poderá ser o marco de tempos novos.

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