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Publicado: Sexta-feira, 13 de julho de 2007

07.7.07

Dia 7 de julho de 2007.
Julho chegou.
É bem assim, ao se prestar a devida atenção.
Dezembro voa. Natal se emenda ao Reveillon, tremenda correria e tresloucada sofreguidão.
 
De repente o ano vira e tudo recomeça lentamente, até porque se entra nas férias de janeiro.
Só após o carnaval é que os trabalhos, a vida como um tudo, retomam alguma velocidade e aí o tempo vai num crescendo, pouco a pouco.
Possível então se comparar o ano civil como se ele, no todo, fosse uma montanha muito alta, que haveria de ser escalada e, uma vez no topo, a operação da descida. O topo é o mês de julho. Depois dele, sai da frente. Daqui a pouquinho todos poderão constatar o ritmo do cotidiano cada vez mais embalado para se precipitar de novo naquela loucura que é o fim do ano. O segundo semestre é sempre mais curto e passa mais depressa. Mesmo quando não se deseje o afogadilho, o caminho é como que escorregadio e se as pessoas não prestam atenção são levadas no embalo. Não há como segurar.
 
Todos os meses têm suas datas preciosas e interessantes. Julho não foge à regra.
Não se trata de feito divulgado fora da Bahia, mas aquele estado tem no Dois de Julho, uma data local consagradora, para comemorar a antecipação com que os baianos, unilateralmente, declararam sua independência. Uma praça na cidade tem esse nome para lembrança do evento de que tanto se orgulham. Assim também fora chamado até recentemente o agradável aeroporto de Salvador. Mudou de nome, cedido ao ex-presidente da Câmara, o falecido deputado Luís Eduardo Magalhães. Na última estada na Bahia, outubro do ano passado, ouvia-se falar aqui e ali que havia movimento para que o aeroporto voltasse a ser chamado como sempre fora.
 
Para os americanos do Norte, sua data nacional, de geral conhecimento, é a de 4 de julho.
 
O 9 de Julho, data paulista por excelência. Desta vez caprichosamente recai numa segunda-feira. Bom princípio. Aos dezesseis anos, 1954, viveu o cronista a cena inolvidável de uma portentosa parada pela avenida 9 de Julho, em São Paulo, comemorativa dos 400 anos da capital. Juscelino em carro aberto, em pé, a acenar com a simpatia que lhe era muito própria.
 
Duas bandas de fuzileiros navais, a do Brasil e a dos Estados Unidos. Espetáculo memorável, para nunca mais sair da lembrança.
Mesmo os folguedos das festas caipiras, ponto alto do folclore nacional, prosseguem com as festas ditas “julinas”. É tradicionalíssima em Itu a festa do gênero promovida em julho pelo quartel.
 
Das comemorações religiosas mais tradicionais de nossa cidade, avulta, em especial, a da festa de Nossa Senhora do Carmo, com novena e grandiosa procissão. Dia dezesseis.Uma devoção das mais representativas.A história e a vida da cidade estão impregnadas com a cor marrom do Carmelo. Quantos frades carmelitas estiveram integrados e dedicados ao povo e à terra. O Seminário do Carmo (prédio hoje ocupado pelo Anglo) conheceu infindáveis gerações de estudantes e de suas salas saíram centenas de sacerdotes. Recordem-se, os de mais idade, do carinho para com o cineminha do Carmo, barato e popular, de todas as segundas-feiras.
 
Lá no fim de julho, vai-se encontrar, no dia 26, o Dia da Vovó, que curiosamente passa quase em branco, até mesmo sem praticamente nenhum apelo comercial. Aproveitem então os felizardos que ainda tenham a mãe da mamãe viva, para um longo e merecido abraço.
 
Seria um paradoxo se não fosse uma verdade. O mês de julho, com o seu frio costumeiro, aquece cidades no inverno, de que se destacam Campos do Jordão e São Joaquim, esta distinguida eventualmente com a neve tão festejada pelos turistas.
 
Alcançado, pois em julho o cume da montanha de 2007, empreendem todos a descida dele. Para descer, diz a sabedoria do povo, todo santo ajuda. Ajuda mesmo.
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